sábado, 19 de julho de 2008

A Carta

Podia começar de mil maneiras, mas como não faço ideia de como é que se começa uma carta de despedida vai como calhar.
A verdade é que tudo chega a um ponto em que desaparece.
Será que me vais pedir explicações?
Desculpa se o fizeres, porque eu não te vou dar.
Não sei se foi o tempo, os teus actos, os teus medos, ou se fui eu. Se fui eu que, numa manhã depois de muito choro, acordei e já não senti.
Já não te senti.
Às vezes fico triste ou não sei se é bem triste... Fico pensativa.
Foi contigo que eu passei quase 2 grandes anos.
Amei-te, amei-te tanto.
Mas desculpa, já não te consigo amar mais.
Já não consigo gastar mais as minhas forças todas contigo, em ti.
Para me descobrir preciso de me limpar, preciso de o fazer sem ti...
Vai ficar tudo cá dentro. Sempre. Para sempre.
Ontem, quando estava no café, à noite (já tinha dito que precisava de falar contigo, ainda não sabia bem sobre o quê, mas precisava de te dizer qualquer coisa), apaguei. Subitamente, fiquei a olhar por entre o F e o B e apaguei. Não sei durante quanto tempo apaguei, mas, para mim, pareceram-se eternidades. E foi aí que eu senti. Que eu senti tinha de escrever o que te estou a escrever agora.
Não te vou mentir.
Não vou entrar noutra mentira contigo, sobre ti.
Está na hora de ir, de partir, de dizer Adeus e não olhar para trás.
Não. Não há nada que possas fazer. Para ser sincera, não quero que faças nada.
O Amor não é eterno, nem sequer é bonito.
As pessoas fazem dele um sonho, pintam-no de mil cores quando ele é apenas a preto e branco (e é por isso que se magoam tanto).
Eu sou paradoxa.
Escrevo sobre o Amor, respiro o Amor... Mas não amo.
Pelo menos não amo apaixonadamente.
(Se eu for fria de mais avisa)
Tenho pena.
Tu, apesar de tudo, fizeste-me feliz.
Fazias-me feliz quando faziamos as pazes... Quando, depois de uma discução, vinhas ter comigo e pedias desculpa naquele teu jeito de orgulhoso. Aí fazias-me tão feliz.
Mas eu odiei todas as discuções idiotas que tivemos - acabaram por não servir para nada - todas, mesmo!
Sei que também te magoei. Não me orgulho.
Desculpa por isso.
Desculpa também se achares que foram 16 mêses desperdiçados.
Para mim não foram. Aprendi muito contigo.
Conheci um Fábio que nunca pensei vir a conhecer.
Mas sabes, agora que penso em ti, não te consigo imaginar como Fábio... Penso-te como Fudji e quando falo de ti, chamo-te de Fudji.
Desculpa.
Peço-te desculpa porque, se me amares, vai doer.
Vais doer saber que já não te amo.
E vai doer ainda mais saber que não te quero voltar a amar.
Doí sempre.
A mim doi-me escrever isto.
Admito, não estou a chorar. Tornei-me fria (já tinha dito). Mas no fundo, apetece-me.
Obrigada.
Obrigada e Desculpa.
Obrigada por tudo o que me deste.
Desculpa se, para mim, não foi suficiente.
Espero encontrar outra pessoa que me faça amar como te amei... E espero que a encontres também.

Beijinho *


Pequena :)

Sem comentários: