52 Graus.
A temperatura está no auge.
O suor escorrega-me pelas costas, devagar.
O calor bate em cada janela de estoros fechados, grita nos meus ouvidos e agarra-me com uma força bruta.
12 Horas.
O telemóvel insiste em não tocar e tu insistes em não dar notícias.
Na minha cabeça já quase derretida, fervilham ainda mil pensamentos sobre ti.
52 Graus.
Aperta-me com tanta força que eu sinto-me a sofucar.
O ideal era correr, fugir deste apertão, mas o calor prende-me ainda mais. Tira-me a vontade de levantar do sofá. De me levantar de seja o que for.
12 Horas.
Qualquer pensamento sobre ti queima-me. Mas eu persisto e continuo a pensar. Em Ti.
Autch. Este queimou de mais. Imaginei-nos juntos - talvez por isso.
És uma hipérbole daquilo que o fogo é.
52 Graus.
Mas eu luto. Eu resisto.
Não faz mal - Não consegui mais uma vez.
LARGA-ME. Ou AGARRA-ME. Ou aperta-me com menos força. Não me mates com falta de ar.
Mas esse aconchego sabe-me bem.
12 Horas.
Estou a fartar-me destas queimaduras, mais pelo motivo de não gostar delas em primeiro grau. Não são queimaduras a sério.
Hei! Tu não sabes MESMO fazer melhor?
52 Graus.
Já me fartei.
Está calor e já não é só uma gota que me corre pelas costas... Agora são muitas que me correm pelo corpo todo.
12 Horas.
O dia está cor-de-laranja, vermelho, amarelo.
O dia está quente.
Refresca-me. Pinta este quadro com azul.
52 Graus.
Daquena vem o Outono. Isto desaparece.
12 Horas.
O telemóvel tocou. Mas não foste tu.
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
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