sábado, 7 de março de 2009

sofoco,

Estas quatro paredes sofocam-me.
O espaço parece que vai diminuindo cada vez mais, até quase tocar. E quando quase toca é horrível.
E é horrível acordar com a sensação de que tudo quase nos toca.
Apavora-me sentir-me assim.
Não toca, mas sente-se o calor, o frio, a sensação que vem antes do toque.
Estas quatro paredes, que na realidade são duas e meio tecto, sofocam-me.
Sofoca-me não sentir o calor de um abrigo. Um refúgio.
Querer fugir, chegar a fugir, e não ter para onde ir. Para um refúgio.
Correr, deixar o mundo a olhar para mim, por correr, apavorada, sem saber para onde ir.
Via-se no reflexo das lágrimas que preenchiam a minha cara que eu não tinha para onde ir.
Deitada no chão. Na relva ainda fresca. Com o barulho do mar calmo. Não me acalmei.
Com os olhos fechados, não parava de sentir as lágrimas a correr. Tentava travar, não dava.
Apavoroso.
Este mundo, este mundo sofoca-me.
Este mundo perde-me. Ou eu perco-me neste mundo.
Ou nos gritos, ou nas lágrimas.
Hoje era capaz de dormir o dia inteiro.
Hoje era capaz de fugir o dia inteiro.

1 comentário:

amr disse...

Sofocas, sofocas!
Foge.
Vem ter comigo@