quinta-feira, 29 de abril de 2010
No buraquinho do coração
Mais uma noite presa na solidão. Mais uma noite em que não me podia sentir mais despedaçada, mais partida, mais cansada. É só mais uma. Mais uma noite em que agarro a almofada contra o peito, com toda a força que tenho, para sentir menos o vazio do coração, para sentir menos esta vontade incontrolável de correr e só parar quando ninguém tiver suspeitas do meu paradeiro. Mas aqui estou, aqui ou aí (basta estar), presa na solidão, presa nesta dor, neste aperto que me esmaga. Não pertenço a lado nenhum, não pertenço a ninguém. Não me sinto de ninguém, não me sinto sequer. Os olhos ficam inundados, mais uma vez a solidão agarra-me, invade-me, sai pelos meus poros, pelos meus olhos. Estou presa. Escorrem pelo rosto pequenas lágrimas, quando a vontade do coração é explodir. Quero acreditar em mim, quero acreditar que sou capaz… De mim para mim. Mas a barreira, este sentimento que me faz sentir fraca, que me faz pensar que não tenho capacidade para realizar os meus sonhos, que não tenho força de vontade suficiente. Incertezas, dúvidas, julgamentos. Fui eu que escolhi não ter o aconchego todas as noites, o abraço todas as noites. Há duas noites atrás acordei a meio da noite confusa, de olhos fechados, a pensar: onde é que eu estou? Aqui? Aí? Adormecida no quarto do Marco? Foi preciso abrir os olhos… E estava aí. Estou cansada. Muito cansada. O meu corpo não. O meu coração sim.
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